domingo, 25 de agosto de 2013

Resumo do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”


Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) é um filme americano de 1989, com direção de Peter Weir.  Robin Williams se destaca no papel do professor John Keating com uma excelente interpretação.

O filme trata da relação educador-aluno tendo como fundo o ensino em uma sociedade autoritária, tanto na família como na escola. O drama se desenrola em meados de 1959, em uma tradicional escola preparatória, só para rapazes, chamada Academia Welton. 

No início do filme, o diretor da Academia discursa e dá ênfase aos princípios que regem aquela instituição:  tradição, honra, disciplina e excelência. Era uma época em que os filhos seguiam carreiras impostas pelos pais e as expressões artísticas não tinham espaço.

O professor de poesia, John Keating, é ex-aluno da Academia e traz uma nova forma de ensinar. Keating se contrapõe ao sistema de ensino da época e introduz seu ideal pedagógico. Seus métodos são inusitados, mas levam os alunos a pensarem por si próprios, a terem uma visão crítica, a exporem seus sentimentos escrevendo poemas. O professor Keating, que na primeira aula informa que gostaria de ser chamado de Ó Capitão! Meu Capitão! (Ó Captain! My Captain!) em alusão a um poema de Walt Whitman[1], tenta demover seus alunos da passividade criada pelo sistema de autoritarismo, que não permite que eles reflitam sobre suas vidas e seus desejos.  O professor os instiga com reflexões sobre o papel de cada um em sua existência, sobre a fragilidade da vida, sobre a temporalidade. Ele se utiliza de uma expressão em latim para se referir ao estado de alma que todos deveriam ter “Carpe Diem” – aproveite a vida.

Alguns de seus alunos começam a viver o ideário Carpe Diem e descobrem que na época que Keating estudara na Academia, ele fez parte da  Sociedade dos Poetas Mortos, onde seus membros se reuniam para declamar suas poesias e expressar suas ideias. Esse grupo de alunos do professor Keating  resolve recriar a Sociedade nos mesmos moldes do passado, e seus encontros noturnos são em uma caverna nas redondezas da Academia.

Keating quer que aqueles adolescentes, com excesso de atividades e pesadas cargas em seus ombros, alimentem sonhos e fantasias, que tenham mais do que a formação para se tornarem médicos, engenheiros, advogados ou outra carreira tradicional. Com o ressurgimento da Sociedade dos Poetas Mortos, os alunos envolvidos vivem uma verdadeira revolução em suas existências, encontram novos interesses e vocações e a juventude floresce em cada um com toda energia, fazendo com que eles deixem a letargia em que viviam.

Em suas aulas, o professor Keating os faz refletir sobre o que torna nossas existências valiosas: aquilo que está relacionado com o espírito, com o prazer, com a alegria. Só através da poesia e da literatura vamos encontrar eco para essas reflexões.

O idealismo do professor, seu encantamento pela vida, seu amor à profissão de educador encontra nos alunos terreno fértil para a transformação. Contudo, toda essa pureza de princípios entra em choque com o conservadorismo da escola e da família. Isso se dá de forma tão opressora, que leva a dissolução da Sociedade dos Poetas Mortos, a desentendimentos entre o grupo, ao suicídio do aluno Neil e, culmina com a demissão do professor, acusado de ser o responsável pela morte do rapaz, atribuído aos seus métodos de ensino que incitavam os alunos a cometerem atos de rebeldia.

As cenas finais do filme mostra a classe do professor Keating, cujo o estudo de poesia passa a ser ministrado pelo diretor da Academia. O diretor é surpreendido na sua primeira aula com uma manifestação dos alunos a favor de Keating, quando este aparece na sala para pegar seus pertences e ir embora. É ao som de “O Capitão! Meu Capitão!“, com todos os alunos da classe em pé em cima de suas carteiras, que Keating se despede e agradece ao apoio.
È importante notar o quanto o papel do educador impacta a vida dos jovens e que em suas mãos está a tarefa de formar cidadãos responsáveis por seus atos, críticos, mas também criativos, sonhadores; de preparar os jovens para um mundo em constante transformação, ajudando-os a quebrar paradigmas.

A obra nos faz refletir também sobre o sistema de ensino atual que ainda apresenta muitas semelhanças com a escola tradicionalista do filme: os valores sociais, o método de ensino com fórmulas já prontas, o direcionamento do estudo voltado a formar os alunos para entrarem em faculdades de primeira linha.
Fica a questão: será que um professor como John Keating encontraria portas abertas nas atuais escolas públicas ou particulares ?  Acho muito difícil.

Ó Capitão! Meu Capitão! (Ó Captain! My Captain!) 
Walt Whitman
Ó Capitão! Meu Capitão! Finda é a nossa tormentosa viagem, 
O barco venceu galhardamente todas as borrascas, o almejado troféu nos pertence, 
O porto está à vista, já ouço os sinos, a multidão exulta, 
Os olhares seguem a obstinada fragata, o sombrio e intimorato navio. 

Mas, ó alma, minha alma, ó alma! 
No tombadilho, sobre coágulos rubros 
Jaz hirto e mudo meu Capitão! 

Ó Capitão! Meu Capitão! ergue-te e ouve os sinos! 
Ergue-te! para ti tremula a flâmula e vibram os clarins; 
Tuas são as braçadas e flores, as guirlandas ataviadas de fitas – por ti estão as praias escuras de gente,
É por ti que clama a ondeante multidão, as faces ansiosas te procurando. 

Meu Capitão! Pai extremado! 
É o meu braço que está sob tua cabeça! 
Deve ser sonho! No tombadilho, 
Hirto e mudo, meu Capitão! 

Não mais responde meu Capitão, lívidos os lábios, a boca inerte,
Meu pai não sente mais o meu braço, fugiu-lhe o pulso, extingui-se a chama,
Finda é a nossa tormentosa viagem, salvo e incólume ancora o barco,
O navio repousa da tormentosa viagem, o laurel vencido.

Exultai, ó praias! Tangei, ó sinos! 
Abafai minhas passadas de chumbo 
Pelo tombadilho, onde hirto e mudo, 
Jaz meu Capitão

Tradução: Oswaldino Marques (extraído do site http://www.meirellesdefaria.net/giovanni/capitao.htm




[1]  Walt Whitman (1819-1892), poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, esceveu esse poema com o intuito de expressar o pesar perante a morte de Abraham Lincoln, então presidente dos EUA.(fonte Wikipedia)

21 comentários:

Jéssica disse...

Nossa, parabéns! Ótimo texto, de fácil interpretação. Texto muito bem elaborado!!! Amei!!

Unknown disse...

Bom pra crl!!!

Unknown disse...

Amei!!
Muito boa, sua interpretação . Ajudou-me bastante . Peguei reflexões que nem imaginava. Muito obrigada, Laura.

Laura Helena Lourenço disse...

Fico feliz em poder ajudar de alguma forma.

Abraços a todos.

Unknown disse...

Gostei muito pos vai servir para minha prova de filososfia

Anônimo disse...

Gostei dilmais

Anônimo disse...

Muito bom, Excelente!

Anônimo disse...

Parabens...

Tarsila disse...

Excelente resumo! Muito bom mesmo.

matheus disse...

Texto muito grande, vou esperar sair o filme, não pera.

Unknown disse...

Um filme que ensina a desordem e desobediência, tioico de filmes norte americamos com intuitos ocultos e sempre desvalorizando costumes cristãs.

Unknown disse...

Um filme que ensina a desordem e desobediência, tioico de filmes norte americamos com intuitos ocultos e sempre desvalorizando costumes cristãs.

Cássia disse...

Quem dera professores como o Keating tivessem mais espaço nas escolas, como faz diferença um professor que ensina a pensar e não obedecer, e é incrível como a sociedade se incomoda com isso. Também fiz um post sobre o filme no meu blog http://aboutbooksandmore.blogspot.com.br/2017/01/opiniao-sociedade-dos-poetas-mortos.html

Anônimo disse...

Parabéns! Ótimo texto!

Miriã disse...

Muito bom o texto!!!
ótimo resumo do filme������

Diego Dias disse...

Amei o resumo!!!
Me ajudou bastante na faculdade... muito obrigado Laura ♥

myfavouriteonlinemovie disse...

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Anônimo disse...

sobre o filme que metáfora esta encerrada na entrega da vela ao aluno pelo diretor da escola?

Anônimo disse...

Que texto incrível!! Muito bem escrito, todos os aspectos abordados de forma clara e sucinta, muito bom!

Unknown disse...

Quanto imbecilidade!!!

Unknown disse...

Simplesmente maravilhoso! Um excelente texto, rico em detalhes!